Por Salomão Sarmento
ESCADA PARA O CÉU
ESCADA PARA O CÉU
1. INTRODUÇÃO
1.1. II Reis 2. 1-14
1.2. Elias e Eliseu partiram de Gilgal e fizeram uma caminhada histórica, percorrendo lugares marcantes. Elias, um homem experiente e temente a Deus, líder e respeitado pelos profetas. Eliseu, um jovem que propusera em seu coração ser semelhante ao seu mestre, Elias. Sonhou em ser conhecido como um homem de Deus.
1.3. Que tipo de sonho você está tendo? Que tipo de pessoa você quer se tornar?
1.4.Algumas pessoas caminham no plano, outras descem na caminhada, enquanto outras galgam degraus. Elias e Eliseu subiram a escada da vida, buscando alcançar o topo. E nesta caminhada, passaram por alguns lugares, que, aqui, vamos chamar de degraus.
2. GILGAL
2.1.II Reis 2: 1 “Quando estava o Senhor para tomar Elias ao Céu por um redemoinho, Elias partiu de Gilgal em companhia de Eliseu”.[i]
2.2.O primeiro lugar mencionado neste capítulo é Gilgal.
2.3.A palavra Gilgal aparece 39 vezes na bíblia.
2.4.Gilgal foi onde Josué montou o acampamento de Israel:
2.4.1. Josué 4.19 “Subiu, pois, do Jordão o povo no dia dez do primeiro mês; e acamparam-se em Gilgal, do lado oriental de Jericó”.
2.4.2. Josué 5.10 “Estando, pois, os filhos de Israel acampados em Gilgal, celebraram a Páscoa no dia catorze do mês, à tarde, nas campinas de Jericó”.
2.4.3. Josué 10.6 “Os homens de Gibeão mandaram dizer a Josué, no arraial de Gilgal: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos, pois todos os reis dos amorreus que habitam nas montanhas se ajuntaram contra nós”.
Em Gilgal as decisões foram tomadas.
2.5.Gilgal ficou conhecido como lugar de decisão. Nós precisamos passar por Gilgal.
2.5.1. Decisão de com quem vai casar.
2.5.2. Decisão de que roupa vai vestir.
2.5.3. Decisão de que profissão vai escolher.
2.5.4. Decisão de que senhor vai seguir.
2.5.5. Nós precisamos passar por Gilgal: Lugar de decisão.
2.6. Baal era um deus adorado no tempo de Elias.
2.7. Vejamos as descobertas arqueológicas em relação ao deus Baal:
“Em 1929, um grupo de arqueólogos franceses liderados por Claude Schaffer encontrou as ruínas da antiga cidade portuária de Ugarite, hoje chamada Ras Shamra. Habitada até por volta de 1200 a. C., Ugarite teve entre 1500 a 1360 a. C. o seu período áureo, que fez dela uma grande cidade na época da conquista...
“Um arquivo encontrado nas ruínas (e que remonta à mesma época do florescimento) revelou tabletes com escrita cuneiforme alfabética, redigidas nalgum tipo de idioma cananita (o ugarítico) muito importante para recuperar elementos perdidos do hebraico bíblico como: vocabulário, expressões idiomáticas, sintaxe, normas gramaticais, etc”.[iii]
Baal era a figura mais destacada em toda a poesia de Ugarite, conforme menciona o professor Rodrigo: “Baal, freqüentemente citado no Antigo Testamento, era o filho (ou neto) de El e seu sucessor no trono celestial. Ele era, às vezes, chamado o ‘senhor dos céus’ (Baal-Shamen), e outras vezes, o ‘senhor da chuva e da tempestade’, cuja voz podia ser ouvida, reverberando no céu na forma de um trovão”.[iv]
“O principal inimigo de Baal era Mot, o deus da morte que o assassinava todos os anos num processo de morte e ressurreição”.[v]
“Ao começo de cada estação seca, conforme o pensamento de seus adoradores, Baal era morto no céu e permanecia assim até ser revivido por Shemesh (o deus sol)”.[vi]
2.8. Gilgal = Lugar de decisão.
3. BETEL
3.1. II Reis 2: 2 “Disse Elias a Eliseu: fica-te aqui, porque o senhor me enviou a Betel. Respondeu Eliseu: tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei. E, assim, desceram a Betel”.[vii]
3.2. O segundo lugar mencionado neste capítulo é Betel.
3.3. A palavra Betel aparece 66 vezes na bíblia.
3.4. Betel foi onde Jacó teve um sonho quando estava fugindo de Esaú. Ele viu uma escada que ligava a terra ao céu e anjos de Deus subiam e desciam. Gênesis 28.12 E sonhou: “Eis posta na terra uma escada cujo topo atingia o céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela”.[viii]
3.5. Deus deu um sonho a Jacó baseado em crenças da época: “... Junto aos templos das cidades, homenageando o seu deus patrono, eram erigidas enormes torres em forma piramidal chamadas zigurates. Elas eram feitas de tijolos maciços e serviam de santuários ou acesso aos deuses, quando eles desciam à terra para visitar seu povo”. “Os zigurates eram para os sumérios como uma espécie de link entre o céu e a terra. As escadarias que subiam de sua base até o topo eram um caminho de ascensão aos deuses”...[ix]
3.6. “Em 1872, George Smith, pesquisador do Museu Britânico, descobriu um tablete cuneiforme que trazia o seguinte relato acerca da edificação de um zigurate que provavelmente poderia ser a torre erguida por Ninrode: A edificação desta torre ofendeu todos os deuses. Numa noite, eles [deitaram abaixo] o que o homem havia construído, e impediram o seu progresso. Eles [os construtores] foram espalhados e sua língua se tornou estranha”.
3.7. Outro fragmento de tablete foi descoberto posteriormente, contendo 27 linhas. Quem o copiou e traduziu foi o assiriólogo de Oxford, Oliver gurney. O texto é parte de uma carta endereçada ao ‘senhor de Arrata’. O desconhecido remetente solicita ao rei que lhe permita ser seu vassalo, pois os tempos estavam muito difíceis. Ele, então, relembra ao monarca que houve uma era de ouro na mesopotâmia em que havia ´harmonia nos idiomas da Suméria’ e ‘todo o universo, em uníssono [adorava] a Enlil em uma só linghu...
3.8.Vários zigurates parcialmente preservados foram localizados na região do Iraque. Muitos deles datam de mais de 2.000 anos antes de Cristo e podem ter sido construídos nos dias de Ninrode.
3.9.... é interessante observar que seus tijolos são queimados e colados com betume justamente como a Bíblia descreve o processo de construção da torre em Gênesis 11:3.”[x]
3.10. Betel = Lugar da presença de Deus.
4. JERICÓ
4.1. II Reis 2: 4 “Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó. Porém ele disse: Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei. E, assim, foram a Jericó.”[xi]
4.2.O terceiro lugar por onde eles passaram foi Jericó.
4.3.Jericó aparece 59 vezes na Bíblia.
4.4.Observe estes comentários extraídos do livro Escavando a Verdade:
4.4.1. “Em 1936, o arqueólogo britânico John Garstang realizou novas escavações no local [Jericó] e confirmou, a partir de um método de datação desenvolvido por Albright, que houve uma destruição das muralhas por volta de 1.400 a. C., o que concordava com a cronologia bíblica”.[xii]
4.4.2. “... as paredes caíram, abaladas por um terremoto, e a cidade destruída pelo fogo em cerca de 1400 a. C.
4.4.3. ... após a Segunda Guerra Mundial, Kathleen Kenyon, outra arqueóloga britânica, reabriu as escavações... e concluiu que a cidade fora destruída e abandonada 150 anos antes de Josué. Em outras palavras, não havia nenhuma Jericó habitada nos dias da conquista israelita. Logo, a história das muralhas caindo ao som de trombetas não poderia ter sido real.
4.4.4. ... Até que Bryant Wood, um doutor em arqueologia siro-palestinense pela Universidade de Toronto, estudou as notas de Kenyon, refez seus passos e chegou a outra conclusão: Garstan estava certo, Jericó fora destruída não em cerca de 1550 a. C., mas por volta de 1400 a. C. conforme cronologia bíblica.
4.4.5. “Wood percebeu que Kenyon, além de escavar numa parte bastante reduzida do sítio, ficou por demais influenciada quando não encontrou em Jericó um tipo de cerâmica cipriota comum [àqueles dias]. Ela supôs, a partir dessa ausência, que a cidade não poderia ter existido nesse período, senão estaria repleta daquela cerâmica importada por várias cidades da região”.[xiii]
4.4.6. “Bryant Wood, por sua vez, deu mais importância aos artefatos, in situ e descobriu, por exemplo, que a cidade possuía túmulos – já apontados nos trabalhos de Garstang – nos quais foram encontrados selos egípcios (escaravelhos) contendo o nome de faraós que governaram de 1500 até 1380 a. C., logo, a fortaleza tinha de existir nessa época, pois seu cemitério era comumente utilizado. Essa assertiva contradiz a antiga conclusão de Kenyon de que a cidade fora abandonada por volta de 1550 a. C.
4.4.7. A cidade mostra sinais de destruição causados por um tremor de terra que derrubou suas muralhas de dentro para fora. Logo, não foi um ataque militar comum, que normalmente derrubaria as muralhas para dentro a partir do uso de aríete, isto é, uma máquina de guerra para abater muralhas com um forte pedaço de tronco”.[xiv]
4.4.8. Alguns podem argumentar que “... um abalo sísmico poderia ter provocado a queda dos muros e aí teríamos um fenômeno puramente natural. O curioso, no entanto, é que após as muralhas terem sido derrubadas, elas e a maior parte da cidade foram queimadas, fato que fica difícil de ser explicado a não ser que tivéssemos a presença de um vulcão ali por perto, o que não é o caso...” (p. 118).
4.4.9. As trombetas foram tocadas e em seguida Israel atacou. “As evidências mostram que a destruição da cidade ocorreu numa época de colheita, pois havia várias sacas de cereais entre os destroços. Isso novamente corrobora a descrição bíblica de que o ataque de Josué a Jericó ocorreu num período imediatamente após as colheitas (Josué 2:6; 3:15; 5:10). E mais: a presença de grandes sacas ali, demonstra que o ‘estranho’ interesse dos invasores não era saquear, mas destruir o local. Exatamente conforme a ordem divina de que nada deveria ser levado das ruínas da cidade (Josué 6: 17, 18)”.[xv]
4.5. Como podemos ver, o poder não foi de forças naturais ou de bombas, muito menos de aríetes; mas o poder foi da fé.
4.6. Precisamos passar por Jericó – Fé e confiança em Deus.
5. JORDÃO
5.1. II Reis 2: 6 “Disse-lhe, pois, Elias: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Tão certo como vive o SENHOR e vive a tua alma, não te deixarei. E, assim, ambos foram juntos”.[xvi]
5.2.O quarto lugar é Jordão.
5.3.Aparece 178 vezes na Bíblia.
5.4.O rio Jordão (hebraico: נהר הירדן, nehar hayarden; árabe: nahr al-urdun) é um rio de grande importância religiosa que se situa na Terra Santa, formando o talvegue do Vale do Jordão, a fronteira natural entre Israel e a Jordânia. Jordão significa aquele que desce ou também lugar onde se desce. O rio desagua no Mar Morto. Nasce na encosta do monte Hérmon, atravessa os Lago Hulé e segue depois até ao Mar da Galileia, para desaguar, ao fim de mais 112 km, no Mar Morto. A nascente situa-se na Jordânia e, a poente, a Samaria. O rio tem profundidade média de 1 a 3 metros e largura de 30 metros. Na maior parte de seu curso o rio se encontra abaixo do nível do mar, chegando a 390 metros abaixo deste nível ao desembocar no Mar Morto. A característica principal do rio Jordão é o seu progressivo aumento de salinidade à medida que avança para o Mar Morto. De facto, penetra doce no Lago de Tiberíades mas saliniza a partir daí até chegar ao Mar Morto que, com 325 partes por mil de salinidade, é 25 % mais salino que os oceanos. O povo de Israel atravessou o rio a seco segundo o Livro de Josué (cap.3), da Bíblia Hebraica. Também foi atravessado a seco por Elias e Eliseu. Por intermédio de Eliseu, segundo a Bíblia Hebraica, houve dois milagres no Jordão: a cura de Naaman por ter mergulhado sete vezes no rio; e fez flutuar um machado (II Reis 5:14, 6:6). De acordo com os Evangelhos, João Baptista desenvolveu a sua pregação nas proximidades do Jordão, onde Jesus foi baptizado e não terá sido longe daí que decorreu o período das suas tentações. Hoje em dia é uma das maiores fontes de água de Israel.[xvii]
5.5. No rio Jordão, Jesus foi batizado. E, quando saiu da água, o Espírito santo desceu em forma de pomba sobre Ele e ouviu-se uma voz do céu que dizia: “Este é o meu filho amado em quem tenho prazer”.[xviii]
5.6. Rio Jordão = Lugar da presença do Espírito Santo.
6. CONCLUSÃO
6.1. A vida do ser humano é comparada a uma escada de acesso ao topo.
6.2. Observe o pedido de Eliseu:
6.2.1. II Reis 2.9 “Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito. 2.10 Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará”.[xix]
6.3. A SUBIDA PARA O CÉU
6.3.1. II Reis 2.11 “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. 2.12 O que vendo Eliseu clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando as suas vestes, rasgou-as em duas partes.”[xx]
6.4. Estamos em uma caminhada, não devemos andar no plano, ou descer ladeiras, muito menos tomar atalhos. Devemos subir o “zigurate”, escada para o céu.
6.5.Na caminhada em direção ao Céu, devemos subir os degraus e passar por:
6.5.1. Gilgal – Lugar de decisão.
6.5.2. Betel – Lugar da presença de Deus.
6.5.3. Jericó – Lugar de fé.
6.5.4. Jordão – Lugar da presença do Espírito Santo.
6.5.5. Assim como Elias devemos atingir o topo, o Céu.
6.5.6. Que a vida de Elias seja uma inspiração para nossa caminhada em direção às mansões eternas.
P. S.
II Reis 4.38 “Voltou Eliseu para Gilgal. Havia fome naquela terra, e, estando os discípulos dos profetas assentados diante dele, disse ao seu moço: Põe a panela grande ao lume e faze um cozinhado para os discípulos dos profetas”.[xxi]
[i] Bíblia Sagrada: Edição Revista e Atualizada
[ii] Idem
[iii] Silva, Rodrigo P. Escavando a verdade, Capítulo 12, As vitórias de Josué, p. 112 e 113.
[iv] Idem, p. 114 e 115.
[v] Ibidem, p. 114 e 115.
[vi] Ibidem, p. 114 e 115.
[vii] Bíblia Sagrada: Revista e Atualizada.
[viii] Bíblia Sagrada: Revista e Atualizada.
[ix] Silva, Rodrigo P, Escavando a Verdade, Capítulo 8 (Babel e os Patriarcas), p. 72 a 74:
[x] Silva, Rodrigo P, Escavando a Verdade, Capítulo 8 (Babel e os Patriarcas), nas páginas 72 a 74:
[xi] Bíblia Sagrada, Edição Revista e Atualizada.
[xii] Silva, Rodrigo P. Escavando a Verdade, p. 115 e 116.
[xiii] Idem, p. 116.
[xiv] Ibidem, p. 116 e 117.
[xv] Ibidem, p. 118.
[xvi] Bíblia Sagrada, Edição Revista e Atualizada.
[xviii] Bíblia Sagrada, Mateus 3: 17.
[xix] Bíblia Sagrada, Edição Revista e Atualizada.
[xx] Idem.
[xxi] Ibidem.
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